sábado, 4 de agosto de 2012

Tão Longe, Tão Perto‏ (Por Ana Clara Basso)



Sinopse: Aos 11 anos de idade, Oskar (Thomas Horn) encontra uma misteriosa chave que pertencia a seu pai (Tom Hanks), que morreu no atentado às Torres Gêmeas, no dia 11 de setembro de 2011. Ele embarca em uma jornada secreta pelas cinco regiões de Nova York. Enquanto vaga pela cidade, Oskar encontra pessoas de todos os tipos enquanto tenta superar a perda do pai.
           Enfim, alguém conseguiu produzir um filme sobre o atentado de 2001 contra as torres gêmeas, sem criar a famosa síndrome norte-americana de “salvar o mundo”. Produzido por Stephen Daldry e com um elenco de certa forma, um pouco desanimador, Extremale Loud & Incredibly Close consegue, de uma forma milagrosa, se salvar com um roteiro impecável.
O filme começa um tanto clichê: um menino triste e solitário, com uma mãe ocupada e que sente falta do pai, que morreu em um dos mais estudados, traumáticos e comentados atentados terroristas de todos os tempos. Obviamente estamos falando de 7 de Setembro de 2001, um ataque que não só serve de base para historias emocionantes e inspiradoras, como proporciona uma dose irritante de orgulho e drama para o Norte-Americanos.


Entretanto, essa dose gasta e surrada se quebra totalmente quando a síndrome de Asperger entra na historia do menino que canaliza todo o enredo em manias clássicas de um portador da síndrome: Q.I verbal elevado, com peculiaridades; facilidade em contar religiosamente qualquer tipo de fato, coisa ou espaço de tempo; dificuldades de relacionamento e interação; padrões altos de pensamento lógico e transtornos motores, tornando-o desajeitado e descoordenado. Porém, o que é mais impressionante no filme, é que o próprio enredo proporciona situações e situações onde a personagem mostra claramente e separadamente cada sintoma, tornando o filme instigante, interessante e extramente lógico e inacreditável.

O triste é que a massa ainda é a massa, e por ser um filme para pensar em uma dimensão diferente, ou seja, estar dentro da cabeça e do cotidiano de um portador da AS, pode talvez ter espantado o público, dando um repercussão baixíssima para a produção de Stephen Daldry. Fica ai mais uma confirmação da ignorância da maioria.

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